sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sem Ariano Suassuna


      Com Ariano Suassuna, o Brasil acaba de perder um dos seus intelectuais mais completos, um mestre que enriqueceu a nossa cultura popular com base no seu profundo conhecimento do que o mundo produziu de melhor na literatura e na dramaturgia, como, por exemplo, dois dos seus autores favoritos, Dostoievski e Molière. O seu "Auto da compadecida" (1955) é a melhor comédia brasileira das que conheço, com destaque especial para a versão a que assisti na tevê, do Guel Arrais, com o João Grilo de Mateus Nachtergale, o Chicó de Selton Melo e a compadecida da grande Fernanda Montenegro. Sua morte no Recife, aos 87 anos, em consequência do AVC sofrido na véspera, foi um choque para mim, mas, passado o impacto, talvez amanhã, eu já possa falar de uma virtuosidade dele menos conhecida: a de contador de piadas.
                                                                                          Arthur Poerner

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